terça-feira, 22 de setembro de 2009

Solitude

Solidão. O pior sentimento que um humano pode ter. Parece que estamos a subir umas escadas intermináveis.
A sobrecarga, a falta de paciência, a agressividade, a sensação de estar constantemente só.. Mesmo que estejamos todo o dia acompanhados, ou tenhamos uma pessoa presente para algumas alturas, por dentro sentimos-nos vazios. Completamente vazios.
Tento todos os dias inserir pensamentos positivos; resistir aos vícios que ganhei com este grave problema; tomar banho várias vezes ao dia para me sentir, de alguma forma, renovado física e psicologicamente, mas quando acordo de manhã enfrento sempre a mesma dura realidade.
Tento sair á noite , beber e fumar como se fosse o meu último dia de vida, até já em nada conseguir pensar.Mas quando a consciência aparece, fico duplamente mal. É que não é uma questão de uma palavra amiga ou de dar uma mão.. É uma situação de carência emocional! A sensação de estar sozinho todos os dias durante estes passados 2 anos leva-me a pensar e a sentir que ficarei assim para toda a vida. Um anti-social e só. Não estou a ser dramático de maneira nenhuma, mas sim realista. Uma pessoa nesta fase não se consegue valorizar, não tem força, não aceita qualquer comentário de ninguém (quer seja bom ou mau).
Perdi a esperança e fé, os meus objectivos são anulados com a mesma rapidez com que os traçei, os meus sonhos perdem o entusiasmo.. tudo parece, de alguma forma, negativo.
Sinto-me fraco. Não como, não durmo, não me exercito. Não socializo, não sou paciente. É um momento destruidor. Isto afecta todas as esferas. Estou tão desanimado que, por vezes, parece um completo zombie. Um verdadeiro vegetal, sem saber para onde ir, como e o que fazer. Só estou rodeado de mal, porque é a única coisa em que acredito a esta altura.
Deus, Deus, Deus...
É suposto acreditar Nele? Nem vou comentar, de que nada valerá. Pedimos-Lhe ajuda, mas só nos trás mais problemas. Em acreditar em algo tão parvo.
Quero apenas sentir a paz. Queria descarregar todas as memórias. Que, infelizmente, é isso que nos torna humanos. São o raio das memórias. Creio que deveríamos apenas viver de instinto. Bem, não é bem instinto.. É uma força para além do nosso conhecimento. Que nos incapacita de recorrer ás emoções proporcionadas pelas memórias em forma de agonia ou felicidade que nos irá alterar o comportamento da altura.
Ou será que foi só a mim que surgiu a ideia de suicídio? Sinónimo de descanso, certo? Farto de terríveis dores de cabeça constantes , infelicidade, falta de concretização, da sensação de estar só, estou eu! Quero enfrentar este problema e ajudar quem tenha a mesma merda de pensamento. Quero destruí-lo e acordar uma vez bem apenas e apreciar. Já passei pela dor da perda, sentimental, bem.. um pouco de tudo para ser sincero. Mas, definitivamente, isto é pior. É preciso ter uma fé que nos persiga em todo o lugar a que vamos e disso eu não tenho. Quero que acabe e tenho a certeza que acabará algum dia. Mas chegará a tempo?
Será mesmo apenas uma fase ou estarei errado? Será que vou conseguir olhar para o espelho e conseguir identificar-me? Esta busca incansável que tido para me perceber, para me conhecer, parece-me impossível por vezes.
Está a destruir-me por dentro, como um cancro..
Levo as mãos á cabeça cada vez que penso nisso.


Ricardo Fazenda 17-08-09 04:23 am

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