segunda-feira, 19 de abril de 2010

Sábado / Domingo

Dormi 17h.
Já lá iam mais de 2 dias sem dormir. Parecia que já não controlava as minhas acções e tudo me sabia com um gosto diferente. Mais intenso e melhor.
Nem pensei muito antes de ir dormir. E dou graças a isso. Que para adormecer sem ficar emotivo é quase um milagre.
Uns phones e boa música foram o aquecimento perfeito para me meter a viajar nos sonhos. Quem me dera poder esquecer tudo e mais alguma coisa fazendo este tipo de coisa. Lembrei-me de coisas espantosas, porque fiz o que a minha avó me ensinou quando era miúdo. Ela disse-me uma vez: "Pensa em coisas bonitas." Talvez tenha sido essa frase que me meteu a dormir tão pouco desde os 14 anos. Pensava sempre naquilo que podia ter ter. (ai não. pensava no que não podia ter. que era exactamente o que eu mais desejava.)
Acordei.
"Para quê?" Para... quê? Que raio.. que bela merda."
Fiz um pão e belo leite com chocolate.
Deitei-me novamente, com o pensamento que não me iria levantar novamente. Mas faltava algo. Faltava um tiro no pulmão. Sim. Faltava isso. (E de que maneira!)
Peguei no meu telemóvel para ligar-me ao mundo e relia as sms's vezes sem conta enquanto fazia um cigarro.
Tranquei a 1ª vez e soube-me a... nada. Aliás, eu estava a fumar nada. Nada de bem.
Pensava, incondicionalmente, em quem me mandou as sms enquanto expirava o fumo.
"Lembrou-se de mim. How neat."
Sem mais nada em que pensar e fazer, lavei os dentes e a fuça. Arranquei os ténis dos pés e o hoodie e enfiei-me na cama outra vez.
Pus os phones e parti noutra viagem aos meus pesadelos.
*

RF

1 comentário:

  1. “Ia a descer uma escada e suspirei. Durante uma fracção de segundo, abstraí-me de tudo. Tudo à minha volta desapareceu. Senti-me, não sei bem. Na verdade, não sentia. Não queria saber. A vida tem sentido, mas...
    A partir desse momento, sempre que passava ali não conseguia evitar de me abstrair. Era como se uma enorme sombra se apoderasse de mim. Esquecia-me. Esquecia-me de quem era, e porque estava ali. Tudo porque não sabia como o evitar. Todas as vezes pensava até que ponto iria aguentar. Na verdade, a alma não dura para sempre, e desta forma não devia aguentar muito mais. Se calhar, se vivesse sem ela, tudo seria mais fácil, pelo menos, mais básico. Ignorante. Era capaz de ser uma óptima opção.
    No entanto, parecendo que não, ela é mesmo tudo.”


    Completamente senseless? YA

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